quinta-feira, 17 de março de 2011

Deus: Um Gepetto que manipula seus bonecos de madeira?


O que é liberdade? Podemos definir filosoficamente como ausência de submissão e determinação. É a autonomia e a espontaneidade de um ser racional; ela se define como comportamentos humanos voluntários.
Nunca se falou tanto em liberdade, como no nosso contexto atual. Liberdade para escolher seu próprio destino, liberdade sexual, liberdade religiosa, liberdade de pensamentos... enfim. Quanto mais valor é atribuído a nós seres humanos, mais nos sentimos “livres” e auto-suficientes.

Mesmo com tanta “liberdade” e auto-suficiência, não somos tão seguros e confiantes assim. Sentimos medo. Existe algo que nos apavora. Ainda que tenhamos ciência e tecnologia avançada, nos questionamos sobre catástrofes como esta ocorrida no Japão, por exemplo e argumentos de causas ‘naturais’ não têm sido suficientes. Nós sentimos que existe algo maior, algo que não possamos explicar; algo que esteja atuando e intervindo diretamente em nossas vidas. É claro que nem todos admitem, porque de certa forma, a existência deste ‘desconhecido’ com poder para reger todas essas circunstancias nos assusta; nos dá medo e ate fere nosso EGO. Resistimos a nos convencer disso, porque quanto maior esse ‘desconhecido’ for, menores seremos. Porque é difícil né? Aceitar a idéia de que não temos tanto poder quanto pensamos, de que por mais que conheçamos, jamais saberemos de tudo, que por mais que dominamos, não somos donos de nada e que por mais que o mundo se desenvolva, será sempre vulnerável. Não importa o quanto avancemos, jamais teremos todas as respostas e jamais teremos o controle.

Eu, Pedro, creio em um Deus Onisciente, Onipotente e Soberano. (Nunca ouvi tanto essa palavra como nos últimos dias) E entendo o quanto é difícil crer nesse Deus, porque crer, implica em abrir mão dessa ‘liberdade’ que tanto buscamos.

O filosofo Baruch Espinosa, definiu um conceito de liberdade que eu acho brilhante: “Liberdade é conhecer os cordéis que nos manipulam.” (oi?)

As vezes vejo Deus como uma espécie de Gepetto. Sim, Gepetto, o pai do Pinocchio – o boneco de madeira que o nariz crescia quando ele mentia. Eu já me senti, por várias vezes um boneco de marionete controlado e manipulado por Deus. Aliás, eu nunca fui ‘livre’. Mas calma gente, antes de chamar a inquisição me permita explicar.

Sim, Ele libertou minha alma cativa e me deu uma nova vida. Eeeba, Glória a Deus por isso. (Não estou sendo irônico. Não desta vez) Hoje sou livre do pecado. Mas a liberdade que disse que nunca tive, não é a do pecado, (que é a mais importante, claro) mas sim, a liberdade de escolha; a liberdade citada no inicio do texto. Essa liberdade de escolha realmente não tive. Pra começar, foi DEUS quem escolheu a mim, ELE escolheu se fazer conhecido por mim; foi uma atitude involuntária minha, foi inegável não crer no que senti a alguns anos quando Ele se manifestou em minha vida. (pelo favor imerecido da Graça, diga-se de passagem.)

O meu ‘chamado’, também não foi escolha minha. Eu tinha outros planos, outros projetos, mas não tive como fugir. Eu bem que tentei (e olha que tentei mesmo) mas apesar de vários socos em ponta de faca, não consegui escapar.


pedroovidio says: - Então é isso Deus? Minha opinião não importa? Cadê meus direitos Brazeel?
Lord God says: - Pedro... senta lá. Cê não sabe de nada não baby, Papai sabe o que tá fazendo. Sua visão é muito limitada. Fecha os olhinhos e deita aqui no colo do Papai.
OK né gente, eu nunca tive escolha mesmo, tem que aceitar né?

Mas enfim, vamos as escrituras: “Os céus e a terra tomo, hoje, por testemunhas contra ti , que te propus a vida e a morte, a bênção e a maldição; escolhe, pois, a vida, para que vivas tu, e a tua descendência.” (Dt. 30:19)

De fato tivemos esse “””pseudo-livre-arbítrio””” (aspas enormes). Essa escolha tivemos sim, entre a vida e a morte e escolhemos a morte e maldição. Tanto que foi necessário o sacrifício de Jesus para nos redimir. Em linhas gerais podemos dizer que a única escolha que temos é entre a vida e a morte.

É... porque no quesito chamado, eu aceitei porque me senti encurralado, não sou do tipo que atribui TUDO a Deus, mas nesse caso, vi que Deus permitiu que tudo acontecesse; me deixou chegar a beira do precipício para que escolhesse entre viver ou morrer. (Talvez tenha sido o único jeito de me convencer a aceitar.) A propósito, posso ser bastante sincero? (claro o blog é meu) Eu já pensei várias vezes no suicídio como uma possibilidade, mas coloquei todos os fatores que essa decisão implicaria numa balança (o fato do homicídio ser o pecado, a coragem para tomar tal atitude e o mal testemunho que seria pra minha família) mas de todos os fatores sabem qual pesou mais? Eu SABiiiiiA que Deus não permitiria que eu morresse, e que seria um suicídio fracassado, podendo até ficar com graves seqüelas. Em linhas gerais pensei, e escolhi não viver. Eu não queria. Porque tenho que viver por obrigação? Pedi até pra Deus me levar várias vezes, mas é claro que Ele não atendeu meu singelo pedido.

Não sei se deu pra vocês entenderem ainda, mas a questão é seria. Olha, tiveram vezes que eu cheguei pra Deus e disse francamente: Deus, vou pecar. Sei que é errado, sei das conseqüências, sei que vou quebrar a cara, mas não me importo, eu quero cometer este pecado, eu quero arriscar. Não interfira. (foi mais ou menos assim) E adivinhem? Deus não deixou eu cometer esses ‘pecados’. (Essa frase pediu um gif Forever Alone, não pediu?)

- Tá bom Pedro, já deu pra entender que você nunca pôde escolher, mas pode nos dizer aonde quer chegar?

Sim. Hora da verdade: Questionando a esses fatos, e busca por respostas como aos desastres no Japão, ao fato da minha avó ter morrido de câncer tão do nada, e por tanta gente estar sendo levado por essa doença e etc... É isto que vejo: A Soberania e a Grandeza de Deus. Ele detém tudo em suas mãos e tem o controle de tudo. Por isso o via como um ‘Gepetto’ e não só eu, mas o mundo inteiro controlado por Ele. Sabem por que um boneco de marionete precisa ser controlado por cordas? Por que estes bonecos não têm vida própria; não podem levantar e caminhar por si mesmos. Me referi ao Gepetto, o criador de bonecos, não no sentido pejorativo, mas sim de um grande artista. Ele pega a matéria-prima – a madeira, e dela molda, lixa e com um sopro, dá a vida aos bonecos. Mas ele não apenas os cria e os abandona em uma estante. Ele os dá cordas, os faz andar, controla e guia os seus passos. Têm todo um cuidado com eles, os limpa e os protege. Assim como Deus. Sei que a idéia de se sentir controlado por cordas pode parecer meio pesada e inaceitável, mas tudo isso é porque não aceitamos o fato de não sermos auto-suficientes. É difícil nos aceitar menores do que achamos que somos e do que podemos. É difícil aceitar que somos limitados. A verdade pode ser dura, mas bonecos não conseguem andar sozinhos, e nos imaginar como bonecos manipulados por um ‘Gepetto’, não é no sentido de uma manipulação para show de atrações, mas sim no sentido de cuidado e muito amor que o Criador tem por sua criação.

Vendo nessa perspectiva eu entendo muito mais porque nunca posso escolher: É porque Deus me ama e me conhece como ninguém. Ele me criou para Ele mesmo e não abre mão de mim. Também não me atendeu todas as vezes que pedi que me levasse porque Ele me quer perto dEle, mas não sem antes ter cumprido a missão pela qual fui designado e que aprendi a amar.

Vocês têm noção da dimensão desse amor? Eu não tenho. Só sei que Ele me ama muito e que quer me proteger. Ele sabe que se tivesse permitido que eu cometesse todos os erros que ESCOLHI, talvez hoje estaria na lama e em um buraco que não conseguiria mais sair. Se Deus fosse mesmo um Gepetto e eu um boneco, acho que eu estaria guardado numa caixa com um lacre escrito: Cuidado – Produto Fragil. Bem guardadinho e protegido.

Você quer liberdade? Liberdade é conhecer os cordéis que nos manipulam. Quem controla e manipula as cordas nas quais estamos presos e que nos influenciam e atuam sobre nossas vidas, é Deus. E gente, isso eu garanto: Não existe prazer maior do que conhecê-lo. Mas não pelos livros de História ou dos contos da vovó, e sim conhecê-lo em verdade e na intimidade. Depois que você conhecê-lo, vai ver que Ele estando no controle, é muito melhor e mais seguro do que se tivesse nos entregue ao nosso ‘conceito de liberdade’.

Liberdade é ter o privilégio de conhecer a Deus. Você o conhece? VEM GENTE!