terça-feira, 20 de julho de 2010

JV Feelings


Pensei que talvez fosse desnecessário este post, mas por outro não. Pois meses já se passaram, e a experiência vivida nos dias 14, 15 e 16 de maio resultaram em consequências que eu jamais poderia imaginar. O texto abaixo, foi o texto criado pós treinamento do JV na Estrada para a seleção dos novos recrutas.

Depois de tanto tempo, é muito bom ler esse texto e trazer a tona todos os sentimentos e toda a adrenalina que eu senti nessa experiência. Sem contar com a nostalgia de cada momento que eu curti muito. Desde o executivo da viação cometa, até o Graal, a bagunça em São Paulo, o Tio que me roubou R$ 30,00, o medo daquele bairro escuro, a insegurança na hora dos testes, a dificuldade de me relacionar com todo mundo, a vergonha por não saber quase nenhum pagode, o frio que eu comi de noite, e as chuteiras amarelas que eram de pura fachada. Foi tudo muito bom, e como era de se esperar, não foi em vão tudo isso. A partir do Trainee do JV na Estrada, Deus já proporcionou grandes resultados e já tem me surpreendido muito. Em breve irei postar o novo projeto, mas que nasceu lá em Arujá/ SP. Mas antes disso, confere aí o que aqueles dias representaram pra mim.



‘Are You Ready?’ – Você está pronto?


Pedro, você está pronto? Acho que eu nunca fiz tantas vezes uma mesma pergunta a mim como esta, durante estes três dias no treinamento do JV na Estrada.

Pra começar, sinceramente eu nem sei bem o porquê de ter me inscrito. Eu como seminarista, nunca quis ser pastor, e nem tampouco escolhi este chamado. Mas Deus é inovador, me quis de qualquer jeito mesmo sendo assim tão estranho. Mas quem se importa, Jesus só andava com gente estranha. E bota estranha nisso. Mas essa palavra Inovação foi o que me identificou com o JV. Pois me dispus ao chamado de Deus, mas não queria desperdiçá-lo com convenções e tradicionalismo. Queria servi-lo de uma forma diferente. E disso o JV entende.

E mesmo com uma total descrença de que seria chamado, respondi ao questionário mais por desencargo de consciência, pois nunca ganhei nem bingo.

Então, de repente recebo um e-mail falando que havia sido escolhido. Não consigo expressar o que senti no momento, pois não entendi absolutamente nada.

Muito em cima da hora, me dispus a ir mais pelo convite, pois acreditava que iria apenas atrás de uma ferramenta que um dia me seria útil. Mas o desafio foi muito mais além que isso. Nunca havia viajado sozinho. E não existia a menor possibilidade de eu ir a São Paulo sozinho. Era ir muito além. Eu gostava muito do JV mas também não era pra tanto a ponto de fazer uma viajem dessas. Ainda hoje não entendo como aconteceu, eu só sei que fui, e fui porque senti que Deus tinha algo a me mostrar.

Tirando a parte da tribulação toda até chegar no JV (...) Quando cheguei a primeira coisa que pensei foi: ‘Puxa véey, isso aqui não é pra mim. Todo mundo ali como se fossem amigos de infância, sobrei!’. E eu percebia que o tempo todo, estávamos sendo analisados. O Calebe podia estar cantando um ‘ê laia’ no pagode, mas estava o tempo todo observando. E eu me perguntava qual seria a leitura que ele estava fazendo de mim. Antes mesmo de começar eu já queria desistir. Tinha certeza que não seria escolhido pelo meu jeito tipo... ‘Um tímido bem sem vergonha’ digamos.

Mas o tempo ia passando e eu nem me importava mais com o dinheiro que gastei sem poder, se seria chamado ou não, pois a experiência vivida ali não tem preço. Escolhido ou não, eu saí dali com um prego e um martelo em minha mão pra construir o que Deus quisesse.

Mas a melhor parte mesmo, foi quando tive uma sacada do tipo: Opa, eu também posso, porque não? Afinal, eu tinha as mesmas chances que todos ali. E se Deus permitisse, eu também poderia fazer parte desta equipe. Cogitei a hipótese de que mesmo sendo assim, estaria apto a entrar pro time. E isso eu queria muito. E o legal, é que todos foram bem bacanas, todos se ajudando. Ninguém tomou um sentimento de competitividade.

Expressar é difícil, mas nas entrelinhas, Deus fez grandes coisas nestes dias. O JV sendo um ponto final ou uma vírgula, tanto faz, a experiência foi suficiente. E foi nessa adrenalina toda e pelas conversas e testemunhos, foi que eu verdadeiramente me apaixonei pelo ministério.

É claro que nessa intensidade de sentimentos, veio também o medo, porque sempre pensei que durante os 4 anos de seminário, Deus iria deixar eu viver de boa, e que só depois eu começaria a abrir mão do ‘EU’ pra servir a um ministério. Mas essa possibilidade veio mais rápido que esperava. Alem disso, como só eu sou cristão em minha família, meus amigos da igreja são meu socorro, e é pra eles que corro nos fins de semana, pois só eles me entendem. E a sensação de “perder” esses momentos com eles, também assusta. É claro que o JV proporciona oportunidade para novas amizades, mas como foi dito: realmente é difícil criar uma amizade muito profunda. E concordo. Mas estou tranqüilo. Não ficarei arrasado caso não seja escolhido. Estou dando um salto no escuro. Não sei de nada, sei apenas que a mão de Deus está me guinando. E isso basta.

Pedro, are you ready? Sim! Estou pronto Senhor. Pronto para te servir onde desejas, desde que eu faça a diferença na vida das pessoas.

16/05/10