segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Ame-o ou Deixe-o




p.s.: Este texto não tem nenhuma conotação espiritual. Vocês que tem o hábito de espiritualizar tudo, recomendo lerem Zibia Gasparetto e Paulo Coelho, grato.

“... você tá vivo, e essa vida é pra se mostrar. Esse é o meu espetáculo. Só quem se mostra se encontra. Por mais que se perca no caminho.”
 (Cazuza)

Eu tenho mudado muito desde o inicio da faculdade, não sei se pelo curso em si ou pelo amadurecimento mesmo. Talvez os dois. Mas eu não tenho me reconhecido. Eu sinto tantas coisas ao mesmo tempo e alternadamente que não tenho conseguido administrar. É amor, é raiva, é decepção, é satisfação, descrença, fé, indiferença, altruísmo, sarcasmo, compaixão, insegurança, autoconfiança, orgulho, humildade, aflição, instinto, incerteza, euforia, paz... Como todos estes sentimentos podem habitar em um corpo só? O cansaço e a fadiga refletem uma mente extremamente cansada que não descansa nem durante o sono.

Refletindo mais sobre minha vida e sobre o que esteja desencadeando tantas alterações comportamentais, e sobre o que tem movido esse carrinho de montanha-russa da vida, me ocorreu a palavra sistema.
O dicionário Aurélio, define sistema como a reunião de princípios coordenados de modo a formar uma doutrina; Combinação de partes que, coordenadas, concorrem para certo fim; Forma de organização administrativa, política, social ou econômica.

Um ‘um’ sozinho fraco, somado a vários ‘uns’ formam um todo forte. Viver dentro de um sistema; dentro de uma associação; viver no coletivo é necessário, mas não é fácil. Viver junto é muito complicado, implica em ter que abrir mão de uma parcela de você para a harmonia do grupo. Eu nunca fui casado, nunca namorei, mas acho que essa deve ser a parte mais complicada de uma vida a dois. Você não pensa mais só por você, você pensa também pelo outro; os programas já não dependem só de você, mas também do outro. Viver junto é estar disposto a ceder...

Meus amigos dizem que o que eles mais gostam em mim é minha espontaneidade, autenticidade e sinceridade. De fato, fazendo uma auto-análise eu acho que tenho todo um jeito pedrovidio de ser, que não sei definir mas sei quem é. O que sinto as vezes, é que tenho sido muito menos do sou por viver preso a um sistema. Não sei se um sistema pra se auto-afirmar tem que globalizar as pessoas de forma que elas se tornem parecidas, mas é assim que eu me sinto. O sistema dita as regras, diz como você deve ser, como deve falar, como deve agir, e como deve viver. Daí eu pergunto: Por que nós, seres pensantes, formadores de opinião cedemos a tudo que o sistema dita?
Porque somos parte dele. Nós vivemos dentro dele, o alimentamos e o sustentamos. E ele em troca, oferece proteção na zona de conforto à aqueles que tem medo de ousar e arriscar.

Ah,  Como eu queria ser tudo o que eu queria ser. Não precisar ter que me reduzir a uma idéia para agradar a todos, poder expressar minhas verdades e meus princípios, ainda que contrário ao senso comum, estaria sendo eu mesmo. Somos constantemente objetos de análise. As pessoas estão nos lendo o tempo todo, cada expressão, cada gesto mais ousado, só esperando alguma atitude inesperada para lhe julgar e te arrastar pela Medina (nossa, eu sempre quis usar esse termo ‘arrastar pela Medina’ numa dissertação, risos) Por falar nisso, acho que o período pós-moderno esta acabando e dando espaço para o Re-Renascentismo. Mas não o renascentismo do resgate dos valores Greco-romanos e sim resgate da idade média. Muita gente anda preocupada com a venda de indulgência que está voltando com tudo, super tendência. Mas o que me assola mesmo é o medo da inquisição arrombar a porta a qualquer momento e me lançar na fogueira porque não quero ser aquilo que vocês querem que eu seja.

Eu não quero títulos, eu não quero rótulos, eu não quero convenções, eu não quero sistemas, eu não quero ritos, eu não quero clichês, eu não quero quatro paredes.
Eu quero liberdade, eu quero diálogos, eu quero troca de idéias, quero dormir com minha caixa de conceitos aberta para reelaborá-los pela manhã, eu quero culturas, quero diversidade, quero estilos, quero abertura, espaço e inclusão, não quero falar do amor, quero expressar o amor, eu quero possibilidades.

 As pessoas dizem o tempo todo “Seja você mesmo!” mas o que elas querem dizer na verdade é “Seja você mesmo mas nem tanto”. Ser você mesmo assusta, gera escândalo. Afinal, o sistema foi criado para trazer ordem. Eu queria poder dizer o quanto estou perdido, o quanto estou assustado, sem perspectiva, o quanto me sinto incompreendido e sozinho, o quanto me sinto grato por ter tudo, mas sentindo que ainda um tudo me falta, o quanto estou com medo de errar, o quanto estou inseguro em relação a onde este rio por onde corre a vida vai desaguar, eu queria poder rir espontaneamente sem que as pessoas tivessem vergonha do escândalo da minha risada. Eu queria dizer tudo isto, como eu realmente me sinto, mas aí eu me lembro que preciso parecer forte, seguro, de fé inabalável, pois preciso transmitir coerência para as pessoas.

Tentando descobrir se é possível viver sozinho, descobrir algumas coisas sozinho, resolvi fugir de tudo isso um pouco, decidi meio que do nada e aleatoriamente ir sozinho para Salvador, passar uns dias pensando e tentando fugir um pouco de tudo, descansando a mente, conhecendo pessoas e possibilidades novas, dialogando com outras culturas... enfim sei lá. É só uma tentativa de me reinventar e provar pra mim que sou capaz de muitas coisas que acho que não sou e porque em algum lugar sinto que daqui pra frente vou ter que andar por um tempo sozinho, conviver com minha própria companhia, e depender cada vez menos das pessoas. Pode ser que eu descubra que realmente sou fraco demais pra caminhar sozinho, e que preciso aprender a conviver em bando porque é o grupo; o coletivo que me dá as forças que muitas vezes não tenho. Ou não né...?

Pra encerrar, depois de ler tudo o que está escrito acima, vendo por um outro viés, eu comecei a rir: Ah, nós mortais, e nosso péssimo hábito de transferir nossas responsabilidades para os outros. É típico de idealistas, embora a problemática de fato exista, vendo pela outra cara da moeda, é muito mais fácil colocar a culpa de todas nossas frustrações no sistema e nas instituições quando na verdade, a culpa é do nosso pseudo-revolucionarismo que prefere se acomodar e se esconder dentro de um sistema, porque pra revolucionar, transformar e ser relevante, um preço muito alto precisa ser pago e poucos estão disposto a pagar e ficam por aí, com assuntos inacabados em redes sociais e escrevendo textos medíocres em blogs.

Vejam só que ironia, eu aqui protestando contra ter que abrir mão de si em favor do outro, sendo em essência é tudo o que este texto revela que eu mais quero: Ser amado pelo que sou, do jeito que sou. Todo mundo quer ser aceito, e amar implica tanto em se doar, quanto se esvaziar um pouco para que outro caiba em nós ainda que com tantas diferenças.

p.s.: É tanta contradição, que pedi que não espiritualizasse o texto mas tudo está interligado. O material, que conseguimos sistematizar em um texto como este e o transcedental o qual se busca todas as respostas que as interrogações do texto não conseguem expressar.

Reações:

Minha mãe lendo meu blog:














Minha vó lendo meu blog: (bença Vó)


 Meus amigos lendo o blog:




Pastor lendo blog:












VEM GENTE!

terça-feira, 11 de outubro de 2011

#TM2011 - O altar, a turma mais linda de minas e o Pedro


Depois de 4 anos consecutivos podendo desfrutar de experiências de encontros, reencontros e libertação nos congressos do Turma de Minas, este ano, estive lá mais uma vez, e de longe, foi o melhor de todos. Embora ‘Lost’, ‘TM4:12’, ‘Eu Criança?’ e ‘Avatar’ tenham abençoado minha vida e me motivado a viver uma vida de adoração, comunhão e santificação, o Turma de Minas deste ano, me impactou sobre outra perspectiva e me lembrado de uma coisa a qual já estava me esquecendo: Pra que fui chamado.

O congresso são para adolescentes de 12 a 19 anos. Este ano fui como voluntário, contribuí com a decoração do congresso e durante as ministrações, lá estava eu, alto, forte, e viril na beira do palco para garantir a segurança dos adolescentes (#NOT) ... Para mim, esta foi a melhor parte do congresso. Atrás de mim, estava a banda que com muita excelência levou aqueles garotos a uma adoração verdadeira, e o Pr. Neander que conseguiu trazer o evangelho nos corações de forma pregnante, simples, criativa e inovadora. E a minha frente, estavam todos aqueles adolas, muitos sem saber ao certo o que procuravam e o que buscavam, mas com muita sede de mergulhar no ‘desconhecido’ e preencher o vazio de suas vidas com algo que fosse muito maior que suas passageiras emoções. E ao meio, entre o palco, e a galera, estavam nós, os “vermelinhos”. Era como se fossemos uma ponte de ligação entre os dois extremos.

Eu olhava pra frente e batia uma nostalgia por lembrar que ha um ano atrás, era eu no lugar deles, e hoje eu não fazia mais parte disso, e que tudo aquilo ali não era mais pra mim. Por outro lado e o mais importante, poder olhar para aqueles adolescentes ali na minha frente e sentir de perto o que eles estavam sentindo. Eu não tenho palavras pra descrever a sensação de satisfação e plenitude ao ver a verdade e a intensidade de cada mão levantada, cada lágrima que escorria, cada voz se levantando, olhos se fechando, e joelhos se dobrando. A princípio foi estranho me ver chorando também no meio deles até perceber que as minhas lágrimas não eram por mim, eram deles. Que a dor que eu também estava sentindo era a dor deles e não minha, ao mesmo tempo que clamava ao Senhor para que os desse a força necessária para resistir as lutas deste mundo que muitas vezes eu não tinha quanto tinha a idade deles e estava no lugar deles.

A experiência de poder ajoelhar junto, orar junto, chorar junto e depois abraçá-los, foi extremamente importante pra eles, pois acredito que eles puderam sentir de forma palpável, que aquele Deus que os havia falado, estava ali, presente com eles naquele abraço dizendo que os ama e não os abandonaria.

Para mim, nada paga a satisfação de ver vidas sendo impactadas e transformadas. E foi para isso que Deus me chamou, para ser este instrumento, este canal de transformação de vidas. E por que não dos adolescentes? Este grupinho tão mal compreendido, e sufocado por impaciência e intolerância. Acho que uma das coisas mais difíceis para os adolescentes cristãos, é ter alguém que os compreenda, que apresente a santidade como algo acessível com linguagem clara e que tenha coragem não só para responder suas perguntas mas também pra dar a cara a tapa e dizer, sim! Eu também vivi, eu também sei o que vocês estão passando, eu também tentei como vocês estão tentando, errei, acertei, mas escolhi viver os sonhos e os planos que Deus tem pra mim.

Na minha adolescência pude ir em 4 edições do Turma de Minas, e na época enfrentava diversas crises e problemas e todas as vezes que ia lá na frente, me derramava; me entregava,  tentando dizer pra Deus que sabia que eu estava errado; mas que não queria ficar mais preso ao pecado, e que queria viver aos pés de Jesus. Algumas vezes, permiti que momentos vividos no turma de minas ficasse só na emoção do momento, mas também em algumas delas, aproveitei o momento de encontro e de entrega como um impulso para desenvolver uma vida diária de intimidade e amizade com Deus, e hoje aqui estou eu: Um homenzinho feito já, imperfeito, mas buscando ser um homem segundo o coração de Deus, enfrentando novos problemas, novos desafios, novas provações, mas vivendo pela graça e me preparando para o meu ministério.

Pra fechar, eu só queria que os adolescentes nessa volta pra casa, ao encarar a vida que segue adiante, soubessem apenas de uma coisa: é possível! E não estou falando como aqueles conselheirozinhos clichês que só sabem dizer ‘eu sei o que você esta sentindo’. Estou dizendo por experiência própria que sim! É POSSÍVEL SIM VIVER UMA VIDA DE SANTIDADE, ouvindo o Espírito Santo toda vez que ele acionar o alarme de perigo, fazer de Jesus o seu melhor amigo daqueles que você curte tudo que ele posta no facebook e manda SMS de boa noite todo dia e descobrindo nos braços do Pai o que é o verdadeiro perdão de Deus e o quanto ele nos ama. É possível viver uma vida de santidade não só na primeira semana de outubro nem em outros finais de semana de congressos. O Deus a quem servimos, é um Deus acessível e mais simples do que imaginamos, que viveu e habitou em um corpo humano pra que pudéssemos entender que é possível viver uma vida de santidade, não pelas nossas forças mas pela força de Deus e por suas misericórdias que se renovam a cada manhã.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Update: 'Sou Sei'



Sou feliz, Sou sério
Sou observador, Sou mistério.
Sou drama, Sou vítima
Sou sarcástico, Sou crítica.
Sou franco, Sou sincero
Sou gospel, Sou o clero.


Sou design, Sou inovação
Sou criativo, Sou imaginação.
Sou mente aberta, Sou visão
Sou desenhos, Sou criação.


Sou pulseiras, Sou gravatas
Sou escandaloso, Sou risadas.
Sou cama, Sou dormir
Sou viver, Sou permitir.


Sou alface, Sou Doritos
Sou parábolas, Sou mitos.
Sou nutela, Sou Yakut
Sou twitter, Sou facebook.


Sou Austrália, Sou Egito
Sou inércia, Sou atrito.
Sou Grécia, Sou Japão
Sou adjetivo, Sou preposição.


Sou teologia, Sou questionamento
Sou ciência, Sou conhecimento.
Sou Descartes, Sou desconstrução
Sou Kant, Sou Revolução.

•••

Sou o Judas que conseguiu se perdoar.
Sou as cinzas da Fênix que não quer mais voltar.
Sou Cazuza convertido ao cristianismo
Sou Édipo plebeu sem moralismo.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

A vida em 1 minuto





O cheiro inesquecível da mamadeira, o estojão do Michey, o dia em que parei de chupar bico, a perda dos dentes de leite, as coleções de discos do Sandy & Junior, cartões telefônicos e Tazzo, a façanha de conseguir pedalar sem as rodinhas, a eleição do Rei do Amendoim, o sequestro, as brigas dos pais, as empregadas que batiam e roubavam, o catequismo, as receitas da vovó, a primeira namoradinha, o medo do mundo acabar em 2000...


Os amigos de infância, a primeira média perdida, o bullying que sofria na época em que zoação não era crime, a ansiedade pra 5ª série chegar e poder usar canetas e fichário, o nascimento da nossa princesa Isabela, a mochila Sansonite que nunca envelhecia, o dia em que excursão passou a se chamar visita técnica, o curso de design, a pressão do vestibular, as formaturas...


Um medo que nunca tive foi da morte. Da minha morte. Morrer hoje ou daqui a 40 anos sinceramente nunca fez diferença. Tenho tanta preguiça as vezes da vida que nem sinto os anos passarem e nem vejo que o mundo está girando. As coisas passam, começam, terminam mas eu não sinto nada em minha vida mudar. É como se os dias passassem mas eu não os vivesse.

Que eu sou dramático não é novidade, mas acreditem ou não, por alguns minutos esse conceito de morte não me pareceu tão indiferente. Durante o breve momento de agonia e dor em que sentia meu coração quase sair do corpo e enchendo todo meu peito pra buscar ar como se fosse o último, juro que me veio na cabeça a seguinte pergunta: Então é isso? Fim da linha? Tive muito medo. Aquele medo que teoricamente não era tão assustador. A única coisa que consegui falar pra Deus foi "por favor, ainda não".

Se eu estivesse em um filme, só faria sentido eu morrer em duas situações: A primeira dela seria se eu morresse por uma causa nobre ou em favor do cumprimento de uma missão. A segunda, é se eu fosse um ator coadjuvante. Mas não me encontro em nenhuma delas. Primeiro porque não sou coadjuvante, sou indispensável para o desenrolar da trama. EU FUI ESCOLHIDO GENTE, desculpa aí tá? Não é nada pessoal, é que Deus me escolheu, me separou como colaborador de uma grande missão: Ser usado para a transformação de vidas. Por isso sou um ator importante.

O medo não era da morte em si, e sim morrer sem ver minha missão cumprida. Eu ainda quero que muitas pessoas conheçam o amor de Jesus de uma forma bem criativa e inovadora. Eu ainda quero ver minha família entregando suas vidas a Jesus. Eu ainda quero encontrar um jeito de mostrar a todos aqueles que vivem à margem da sociedade que existe um Deus que os ama. E de que quebra, se der tempo, quero poder experimentar o prazer de ter um filho e poder cuidar, ensinar, corrigir, educar, brincar e ama-lo.
Agora que passou e estou bem, parece muito drama toda essa conversa sobre morte né? Mas isso é o que se sente quando você está entre o começo e o fim. O nome disso é angústia. E foi nessa angústia que vi uma oportunidade dada a mim, pra que no meio dessa correria de trabalho, estudos, ministérios e etc eu pudesse parar. Foi como uma freada que a vida me deu pra eu ver que o mundo não pára pra que eu o perceba. Eu que fui parado pra que visse que o mundo continua girando e que se eu não o estava notando é porque não tenho sido tão relevante quanto deveria.

No fundo foi bom esse freio pra eu ter esse tempo pra mim. Um tempo de cuidado comigo mesmo, tempo de reflexão e meditação. Um tempo de prestar mais atenção naqueles que me amam e estão sempre comigo.
Parando pra pensar agora e olhando pra dentro dentro de mim, quantas coisas se passaram. Coisas que marcaram, coisas que eu nem percebi, coisas que já havia até me esquecido. Mas uma coisa é fato: O menino que não queria crescer e que se alimentava de nostalgia, cresceu. Cresceu e se fortaleceu com as provações e experiências difíceis, mas superadas.
O povo não diz que o que não me mata me fortalece? E a bíblia não diz que TUDO posso naquele que me fortalece? Então. Hora de encarar as responsabilidades e deveres que tenho a cumprir e começar a correr atrás e fazer as coisas acontecerem na minha vida. Primeiro eu dependo de Deus, depois só depende de mim. Sei que ainda está muito lonje de conseguir isso, mas até hoje nunca me senti tão perto de me tornar o homem que Deus tinha em mente enquanto moldava e criava o homem de barro, Adão. É muita pretenção isso? Magina.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Desapego

“Comparações são facilmente feitas uma vez que você já sentiu a perfeição. Como uma maçã pendurada em uma árvore eu escolhi a mais madura e ainda tenho a semente.”

"Você disse "siga em frente". Pra onde vou? Acho que "segundo melhor" É tudo que eu vou conhecer."


"Como eu fico melhor uma vez que já tive do melhor? Você disse que há toneladas de peixes na água então das águas eu vou provar." 

"Essa não é uma história de amor, mas sim uma história sobre o amor."


Tom:"Como você sabe que é Ele?"
Summer: "Eu sei!"
Tom: "O que vc sabe?"
Summer:"Eu acordei um dia e soube que com você eu nunca tive certeza..."


"Sabe Tom, eu sei que você pensa que ela era A garota, mas eu não. Acho que voce está só olhando pras coisas boas. Quando olhar pra tras, olhe de novo. Tem muita coisa que voce não deve ter visto."

"Você foi minha vida, mas eu fui apenas um capítulo da sua."


O Tempo. Um tirano implacável que determina muitas coisas em nossas vidas. Vivemos eternamente dependentes desse fator chamado tempo. Por isso sentimos tanta raiva. Porque não temos nenhum controle sobre ele. É ele que determina o começo e o fim das coisas. Mas qual é a distância entre o começo e o fim? Por que sabemos que tudo tem um começo, e um fim, mas a angústia toda, está exatamente na distância e na velocidade entre esses dois extremos.

As pessoas vem e vão em nossas vidas o tempo todo. Como dói perder uma pessoa que amamos. O sentimento que temos não é só de dor, mas também de ódio. Ódio pela morte, pela distância, pela indiferença e pelas pessoas que tiram de nós quem amamos. Ódio também do tempo, que não traz de volta os bons momentos que tivemos.
Nesses momentos de perda tudo o que não queremos ouvir é: Vai passar. Isso é uma mentira, porque não passou ontem nem hoje e a sensação de que vai passar amanhã é muito distante.

Começos costumam ser muito excitantes e finais muito doloridos. Mas sabem porque o fim as vezes dói tanto? Porque não nos convencemos de que o tão temido fim, chegou. É claro que quando sabemos o que queremos lutamos para não perder. Mas não importa o quanto você lute, não há como salvar o que já não existe; o que está morto.
As dores que sentimos que parecem não ter fim, não acabam porque nós alimentamos ela. Insistimos em beber doses diárias de drinks de martírio e masoquismo. Porque convenhamos: Ser humano gosta de sofrer; gosta de fazer da dor e da solidão uma companhia íntima. Estamos sofrendo? Ok. Mas ficar lendo mensagens, cartas, depoimentos, e repliys ou ficar vendo fotos, vídeos, e ouvindo músicas que nos lembre alguém, não tem a força necessária pra trazer de volta o que se perdeu.

Vamos ser práticos gente, admita: Acabou. Desistir não é covardia, é parar de insistir em algo que talvez não exista. Se houve um acidente durante um alpinismo e você está pendurado em uma corda, ficar agarrado a ela não vai salvar sua vida. Tudo que precisamos fazer as vezes é cortar a corda.

Superar não é esquecer. Por mais que as pessoas passem por nossas vidas, elas são insubstituíveis. Se quando você olha pra uma ferida ainda dói, então não olhe mais. Só olhe quando se tornar uma cicatriz pois tudo o que você verá será apenas uma marca. E não tente curar uma dor com um analgésico pois eles apenas anestesiam, não tiram a dor.

Aceitar o fim é duro. Mas quando você aceitá-lo verá que nem o fim é pra sempre. O fim marca o término de algo que acabou e o início de algo que está por vir. Por isso, se você espera por um novo começo, solte a corda, encare o fim.
- Um brinde ao desapego, tin-tin.






quinta-feira, 17 de março de 2011

Deus: Um Gepetto que manipula seus bonecos de madeira?


O que é liberdade? Podemos definir filosoficamente como ausência de submissão e determinação. É a autonomia e a espontaneidade de um ser racional; ela se define como comportamentos humanos voluntários.
Nunca se falou tanto em liberdade, como no nosso contexto atual. Liberdade para escolher seu próprio destino, liberdade sexual, liberdade religiosa, liberdade de pensamentos... enfim. Quanto mais valor é atribuído a nós seres humanos, mais nos sentimos “livres” e auto-suficientes.

Mesmo com tanta “liberdade” e auto-suficiência, não somos tão seguros e confiantes assim. Sentimos medo. Existe algo que nos apavora. Ainda que tenhamos ciência e tecnologia avançada, nos questionamos sobre catástrofes como esta ocorrida no Japão, por exemplo e argumentos de causas ‘naturais’ não têm sido suficientes. Nós sentimos que existe algo maior, algo que não possamos explicar; algo que esteja atuando e intervindo diretamente em nossas vidas. É claro que nem todos admitem, porque de certa forma, a existência deste ‘desconhecido’ com poder para reger todas essas circunstancias nos assusta; nos dá medo e ate fere nosso EGO. Resistimos a nos convencer disso, porque quanto maior esse ‘desconhecido’ for, menores seremos. Porque é difícil né? Aceitar a idéia de que não temos tanto poder quanto pensamos, de que por mais que conheçamos, jamais saberemos de tudo, que por mais que dominamos, não somos donos de nada e que por mais que o mundo se desenvolva, será sempre vulnerável. Não importa o quanto avancemos, jamais teremos todas as respostas e jamais teremos o controle.

Eu, Pedro, creio em um Deus Onisciente, Onipotente e Soberano. (Nunca ouvi tanto essa palavra como nos últimos dias) E entendo o quanto é difícil crer nesse Deus, porque crer, implica em abrir mão dessa ‘liberdade’ que tanto buscamos.

O filosofo Baruch Espinosa, definiu um conceito de liberdade que eu acho brilhante: “Liberdade é conhecer os cordéis que nos manipulam.” (oi?)

As vezes vejo Deus como uma espécie de Gepetto. Sim, Gepetto, o pai do Pinocchio – o boneco de madeira que o nariz crescia quando ele mentia. Eu já me senti, por várias vezes um boneco de marionete controlado e manipulado por Deus. Aliás, eu nunca fui ‘livre’. Mas calma gente, antes de chamar a inquisição me permita explicar.

Sim, Ele libertou minha alma cativa e me deu uma nova vida. Eeeba, Glória a Deus por isso. (Não estou sendo irônico. Não desta vez) Hoje sou livre do pecado. Mas a liberdade que disse que nunca tive, não é a do pecado, (que é a mais importante, claro) mas sim, a liberdade de escolha; a liberdade citada no inicio do texto. Essa liberdade de escolha realmente não tive. Pra começar, foi DEUS quem escolheu a mim, ELE escolheu se fazer conhecido por mim; foi uma atitude involuntária minha, foi inegável não crer no que senti a alguns anos quando Ele se manifestou em minha vida. (pelo favor imerecido da Graça, diga-se de passagem.)

O meu ‘chamado’, também não foi escolha minha. Eu tinha outros planos, outros projetos, mas não tive como fugir. Eu bem que tentei (e olha que tentei mesmo) mas apesar de vários socos em ponta de faca, não consegui escapar.


pedroovidio says: - Então é isso Deus? Minha opinião não importa? Cadê meus direitos Brazeel?
Lord God says: - Pedro... senta lá. Cê não sabe de nada não baby, Papai sabe o que tá fazendo. Sua visão é muito limitada. Fecha os olhinhos e deita aqui no colo do Papai.
OK né gente, eu nunca tive escolha mesmo, tem que aceitar né?

Mas enfim, vamos as escrituras: “Os céus e a terra tomo, hoje, por testemunhas contra ti , que te propus a vida e a morte, a bênção e a maldição; escolhe, pois, a vida, para que vivas tu, e a tua descendência.” (Dt. 30:19)

De fato tivemos esse “””pseudo-livre-arbítrio””” (aspas enormes). Essa escolha tivemos sim, entre a vida e a morte e escolhemos a morte e maldição. Tanto que foi necessário o sacrifício de Jesus para nos redimir. Em linhas gerais podemos dizer que a única escolha que temos é entre a vida e a morte.

É... porque no quesito chamado, eu aceitei porque me senti encurralado, não sou do tipo que atribui TUDO a Deus, mas nesse caso, vi que Deus permitiu que tudo acontecesse; me deixou chegar a beira do precipício para que escolhesse entre viver ou morrer. (Talvez tenha sido o único jeito de me convencer a aceitar.) A propósito, posso ser bastante sincero? (claro o blog é meu) Eu já pensei várias vezes no suicídio como uma possibilidade, mas coloquei todos os fatores que essa decisão implicaria numa balança (o fato do homicídio ser o pecado, a coragem para tomar tal atitude e o mal testemunho que seria pra minha família) mas de todos os fatores sabem qual pesou mais? Eu SABiiiiiA que Deus não permitiria que eu morresse, e que seria um suicídio fracassado, podendo até ficar com graves seqüelas. Em linhas gerais pensei, e escolhi não viver. Eu não queria. Porque tenho que viver por obrigação? Pedi até pra Deus me levar várias vezes, mas é claro que Ele não atendeu meu singelo pedido.

Não sei se deu pra vocês entenderem ainda, mas a questão é seria. Olha, tiveram vezes que eu cheguei pra Deus e disse francamente: Deus, vou pecar. Sei que é errado, sei das conseqüências, sei que vou quebrar a cara, mas não me importo, eu quero cometer este pecado, eu quero arriscar. Não interfira. (foi mais ou menos assim) E adivinhem? Deus não deixou eu cometer esses ‘pecados’. (Essa frase pediu um gif Forever Alone, não pediu?)

- Tá bom Pedro, já deu pra entender que você nunca pôde escolher, mas pode nos dizer aonde quer chegar?

Sim. Hora da verdade: Questionando a esses fatos, e busca por respostas como aos desastres no Japão, ao fato da minha avó ter morrido de câncer tão do nada, e por tanta gente estar sendo levado por essa doença e etc... É isto que vejo: A Soberania e a Grandeza de Deus. Ele detém tudo em suas mãos e tem o controle de tudo. Por isso o via como um ‘Gepetto’ e não só eu, mas o mundo inteiro controlado por Ele. Sabem por que um boneco de marionete precisa ser controlado por cordas? Por que estes bonecos não têm vida própria; não podem levantar e caminhar por si mesmos. Me referi ao Gepetto, o criador de bonecos, não no sentido pejorativo, mas sim de um grande artista. Ele pega a matéria-prima – a madeira, e dela molda, lixa e com um sopro, dá a vida aos bonecos. Mas ele não apenas os cria e os abandona em uma estante. Ele os dá cordas, os faz andar, controla e guia os seus passos. Têm todo um cuidado com eles, os limpa e os protege. Assim como Deus. Sei que a idéia de se sentir controlado por cordas pode parecer meio pesada e inaceitável, mas tudo isso é porque não aceitamos o fato de não sermos auto-suficientes. É difícil nos aceitar menores do que achamos que somos e do que podemos. É difícil aceitar que somos limitados. A verdade pode ser dura, mas bonecos não conseguem andar sozinhos, e nos imaginar como bonecos manipulados por um ‘Gepetto’, não é no sentido de uma manipulação para show de atrações, mas sim no sentido de cuidado e muito amor que o Criador tem por sua criação.

Vendo nessa perspectiva eu entendo muito mais porque nunca posso escolher: É porque Deus me ama e me conhece como ninguém. Ele me criou para Ele mesmo e não abre mão de mim. Também não me atendeu todas as vezes que pedi que me levasse porque Ele me quer perto dEle, mas não sem antes ter cumprido a missão pela qual fui designado e que aprendi a amar.

Vocês têm noção da dimensão desse amor? Eu não tenho. Só sei que Ele me ama muito e que quer me proteger. Ele sabe que se tivesse permitido que eu cometesse todos os erros que ESCOLHI, talvez hoje estaria na lama e em um buraco que não conseguiria mais sair. Se Deus fosse mesmo um Gepetto e eu um boneco, acho que eu estaria guardado numa caixa com um lacre escrito: Cuidado – Produto Fragil. Bem guardadinho e protegido.

Você quer liberdade? Liberdade é conhecer os cordéis que nos manipulam. Quem controla e manipula as cordas nas quais estamos presos e que nos influenciam e atuam sobre nossas vidas, é Deus. E gente, isso eu garanto: Não existe prazer maior do que conhecê-lo. Mas não pelos livros de História ou dos contos da vovó, e sim conhecê-lo em verdade e na intimidade. Depois que você conhecê-lo, vai ver que Ele estando no controle, é muito melhor e mais seguro do que se tivesse nos entregue ao nosso ‘conceito de liberdade’.

Liberdade é ter o privilégio de conhecer a Deus. Você o conhece? VEM GENTE!